Big Fish
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![]() “Alguns peixes não podem ser fisgados. Não porque são mais fortes ou mais velozes que outros peixes. Eles são apenas dotados de algo extra.” A vida pode ser um conto de fadas. Basta pessimismo “Big Fish” é a história mais fictícia e mais perto da realidade que alguém já sonhou escrever. O filme retrata a vida de um homem que jamais morreu nas mentes de quem ouviu suas histórias, Edward Bloom. Desde gigantes, siameses, até bruxas, o filme conta com um toque sulista gótico aventuras verídicas e inimagináveis de um simples homem que percorreu o mundo deixando rastros de sua passagem e levando pedaços em forma de histórias. Escrito por Daniel Wallace, o livro “Big Fish” serviu de inspiração para o filme, com o mesmo nome. Toda a fantasia comédia dramática foi dirigida pelo famoso Tim Burton, estrelando atores como Albert Finney, Ewan McGregor, Billy Crudup e Jessica Lange. “Você não sabe para onde o filme está indo. Os flashes da imaginação aparecem e o farão se sentir bem. Acho que no final do filme você sente como ‘Bom, irei falar com meu pai ou meu filho mais. Preciso disso’. E você realmente fala, então é uma boa coisa. A coisa que rola entre pais e filhos – eu não sei entre filhas e mães, é muito complicado – mas entre pais e filhos, se você pode se abrir um pouco, então será bom.” - Albert Finney O tema abordado pelo filme é de reconciliação entre pai e filho. Na história, um procura entender o outro. A mensagem apresentada é em relação ao julgamento, recíproco, feito de pai para filho; filho para pai. Esse mesmo assunto teve uma importância especial para Burton, já que seu pai morreu em 2000 e sua mãe em 2001, um mês depois que ele assinou o contrato para dirigir o filme. “Big Fish” foi filmado no Alabama em uma série de vinhetas de contos de fada em um tom gótico do Sul. O filme recebeu diversas nomeações em diversas categorias, incluindo quatro no Globo de Ouro, sete nomeações ao British Academy of Filme and Television Arts, duas ao Satum Awards e até uma nomeação ao Oscar e ao Grammy. Por enredo ou por nível técnico, o filme é uma inspiração a almas de todas as idades. Foi escrito com sutileza para ser uma viagem fantástica e dirigido com eficácia para agradar aos olhos e os ouvidos. ![]() Edward Bloom, um grande contador de história. Quando jovem, Edward viveu as maiores aventuras da vida de um homem. Em sua pequena cidade-natal, Ashton – Alabama, Edward era o maioral, fazia grande feitos e com sua simpatia conquistava todos os moradores. Mas Ashton era como uma lagoa, e Ed precisava estar no mar, era peixe grande. O jovem sai em busca de aventuras, e pelo caminho faz amigos e histórias, conhece o verdadeiro amor. Já velho, a diversão predileta de Edward é contar suas aventuras, mesclando realidade com fantasia. Will, filho de Edward, ouviu as histórias desde criança e com o passar do tempo percebe que as histórias do pai eram impossíveis e perde a fé, acreditando que ele seja apenas um contador de histórias, mentiroso. As histórias de Edward fascinam a todos, agora com exceção de Will. “Quando eu li o roteiro, pensei que era um presente. É escrito tão graciosamente. O livro está cheio de ideias, mas John August realmente pegou o livro e o fez mais completo. Pensei que era um presente. Eu também pensei que seria o perfeito casamento entre o diretor e o escritor. Mas então eu vi aquilo, pensei nele mais como algo cheio de promessas. Mas sou tendenciosa… comecei a chorar nos créditos de abertura. Era algo bem complicado de se navegar também. Você tem todas essas histórias e personagens, mas ainda tem a idéia principal. Ele preencheu isso com muito coração. Há um enorme coração batendo no centro da história.” - Helena Bonham Carter ![]() Por volta de seis meses antes de ser publicado, o roteirista John August leu o manuscrito de “Big Fish: A Novel of Mythic Proportions” (1998) do autor Daniel Wallace. August leu o romance não publicado depois da morte de seu pai. Em Setembro de 1998, August convenceu a Columbia Pictures a comprar os direitos do filme. August trabalhou duro para transformar o livro episódico em um coesivo para o
Spielberg cotou Jack Nicholson para o papel de Edward Bloom e no caminho, August compôs dois projetos adicionais para o papel de Nicholson. “Havia esse pensamento de que não havia o suficiente para Jack Nicholson fazer no filme então construímos seqüências. Pedaços foram movidos, mas não teve muita coisa nova criada. Acabou sendo um bom exercício intelectual na minha explicação, defendendo e reanalisando os pedaços da história”, disse August. Spielberg eventualmente abandonou Big Fish quando se distraiu com “Catch me If You Can” (2002), levando junto a participação da DreamWorks. Com Spielberg fora do filme, August, trabalhando com Jinks e Cohen, considerou Stephen Daldry um diretor com potencial. “Uma vez que Steven decidiu que não faria, nós colocamos o script do modo que estava”, diz Jinks. “Steven até disse ‘Acho que fiz um erro com algumas coisas e sugiro que vocês tentem’”. August pegou seus elementos favoritos dos rascunhos anteriores e veio como que chamou de ‘o melhor do scrip de Big Fish’. Na época que abordaram Tim Burton, o script estava na melhor forma que poderia. Seguindo a produção de “Planet of the Apes” (2001), o diretor queria voltar a fazer um filme menor. Burton aproveitou o script, sentindo que aquela foi à primeira história que ele foi oferecido desde “Beetlejuice” (1988). Burton também encontrou na história uma combinação de drama emocional com histórias exageradas, o que o permitiu contar várias histórias de diferentes gêneros. Ele assinou para dirigir em Abril de 2000 e Richard D. Zanuck, que trabalhou com Burton em “Planet of the Apes” assinou como produtor. Zanuck também teve uma relação difícil com seu pai, Darryl F. Zanuck, que uma vez o demitiu de uma produção na Fox. ![]() Para o papel de Edward Bloom, Burton falou com Jack Nicholson, a escolha inicial de Spielberg para o personagem. Burton havia trabalhado com Nicholson em “Batman” (1989) e “Mars Attacks!” (1996). Para descrever Nicholson como o jovem Bloom, Burton pretendia usar uma combinação de imagens geradas por computador e maquiagem. O diretor então decidiu procurar por dois atores em questão. Jinks e Cohen, que estavam então trabalhando com Ewan McGregor em “Down with Love” (2003), sugeriram que Burton escalasse tanto McGregor quanto Albert Finney para Edward. Mais tarde Burton comparou o estilo de atuação de McGregor com o colega Johnny Depp. Assistindo a performance de Finney em “Tom Jones” (1963), Burton o achou similar a McGregor e coincidentemente um artigo da revista People comparando os dois. McGregor, sendo escocês, achou mais fácil se apresentar com um sotaque do sul dos Estados Unidos. “É muito mais fácil fazer um sulista do que o sotaque padrão dos Estados Unidos porque você realmente pode ouvi-lo. Você pode usar seu dente nisso. O americano padrão é muito mais difícil porque é mais cantado.” - Ewan Mcgregor A mesma dupla de atuação escolhida para o papel de esposa de Bloom, Sandra, que seria interpretada por Jessica Lange e Alison Lohman. Burton comentou que estava impressionado com a atuação de Lohman em “White Oleander” (2002). A namorada de Burton, Helena Bonham Carter, também foi escalada para dois papeis. Sua maquiagem para a bruxa levava por volta de 5 horas para ser aplicada. “Eu também estava grávida durante o filme, então foi estranho ser uma bruxa grávida.” refletiu a atriz, “Eu tinha enjôos, então toda aquela maquiagem… era horrível.” Burton personalizou o filme com várias cenas. Enquanto filmava no Alabama, a equipe encontrou Billy Redden. Redden estava trabalhando como sócio de um restaurante em Clayton, Georgia, e concordou em reprisar seu papel em Spectre. Assim que Edward Bloom primeiro entra na cidade, Redden pode ser visto em um patamar arrancando algumas notas de “Dueling Banjos”. Burton ficou encantado com o resultado: “Se você está assistindo o filme e não reconhece à solitária, enigmática figura no patamar, tudo bem. Mas se você faz isso, bom me faz tão feliz vê-lo e acho que outras pessoas se sentirão do mesmo jeito.” O autor original de “Big Fish”, Daniel Wallace, faz uma pequena aparição como professor de economia de Sandra na cena “Courtship of Sandra Templeton”. ![]() Burton planejou o início das filmagens para Outubro de 2002, mas as filmagens principais no Alabama não começaram até dia 13 de Janeiro de 2003. Fora as filmagens por uma semana em maio, “Big Fish” foi filmado o tempo todo no Alabama, mais em Montgomery e Wetumpka. Uma pequena parcela de filmagens também foi feita em Tallassee e no campus da faculdade de Huntingdon. As filmagens principais no Alabama duraram até a primeira semana de abril e estima-se que gerou por volta de 25 milhões de dólares para a economia local. Burton filmou todas as cenas dramáticas do hospital e a maioria envolvendo Finney, antes de mudar para a seção da vida de Bloom. Apesar de McGregor estar no site desde o início das filmagens, Burton escolheu filmar as cenas de Finney primeiro. A cidade do Alabama proporcionou um revés no set devido a problemas com o tempo. Durante a produção das cenas do Circo Calloway, um alerta de tornado foi um problema e inundou o set, interrompendo as filmagens por semanas. Apesar dos atrasos causados pelo tempo, Burton pôde entregar o filme à tempo e dentro do orçamento. O diretor tentou usar o maior número de efeitos digitais possíveis. No entanto, por ele querer evocar uma fantasia gótica sulista para “Big Fish”, técnicas de graduação de cores foram aplicadas pela Sony Pictures Imageworks. Os estúdios Stan Winston fizeram o design da maquiagem de Helena Bonham Carter. As cenas com o Karl, o Gigante, eram feitas usando uma perspectiva forçada nas filmagens. ![]() A trilha sonora de “Big Fish” foi composta por Danny Elfman. Burton chamou Pearl Jam durante a pós-produção para selecionar uma trilha e a finalização com os créditos. Depois de exibir um pedaço do filme, o vocalista da banda, Eddie Vedder, foi para casa e escreveu “Man of the Hour”, completando o demo no dia seguinte. Foi gravado pela banda quatro dias depois. “Nós ficamos tão encantados com o filme. Eddie e eu estávamos falando disso e depois ficamos com água nos olhos. Nós estávamos emocionalmente mexidos pela imaginação e humanidade do filme.” - Mike McCready, guitarrista da banda Pearl Jam ![]() A Columbia Pictures planejou lançar o filme nos Estados Unidos dia 26 de Novembro de 2003, antes de adiar para 10 de Dezembro, por um lançamento limitado. O filme teve sua premiere dia 4 de Dezembro de 2003 no Hammerstein Ballroom em Manhattan. A estréia nacional nos Estados Unidos veio dia 9 de Janeiro de 2004, com o filme sendo exibido em 2.406 cinemas e arrecadando 13 milhões de dólares no fim de semana de abertura. O filme ficou com um total de 66 milhões de dólares nos Estados Unidos e 56 milhões em países estrangeiros, com um total de 122 milhões no mundo todo. O primeiro DVD foi lançado dia 27 de Abril de 2004 e o segundo dia 7 de Junho. O DVD conta com um comentário em áudio de Burton, sete especiais e um quis. Uma edição especial foi lançada dia 1º de Novembro de 2005, com um livro de capa dura de 24 páginas, intitulado “Fairy Tale for a Grown Up”. O filme foi lançado em Blu-Ray dia 20 de Março de 2007. ![]() Baseado em 210 críticas coletadas pela Rotten Tomatoes, 77% dos críticos aprovaram Big Fish. O filme era mais balanceado com a enquete “Top Critics”, recebendo 64% de aprovação. Observações modelaram o filme depois de “Forest Gump”. “Big Fish se torna um pitoresco gótico sulita que te deixa de olhos abertos, em que um toque lunático de desenvolvimento se torna mais encantador que o último”, diz Owen Gleiberman do Entertainmente Weekly, “É como um Forrest Gump sem o tema político.” Peter Travers da Rolling Stone elogiou a direção de Burton, sentindo como a celebração da arte de contar histórias e um tocante drama entre pai e filho. Mike Clark do USA Today comentou que ficou fascinado pela escolha do elenco. “Igualmente brilhante é Alison Lohman, a evolução do personagem para uma mulher mais velha. É uma metamorfose nunca feita na história da exibição.” O crítico da internet James Bernardinelli achou a abordagem do conto de fadas remanescente do “The Princess Bride” (1987) e dos filme de Terry Gilliam. “Big Fish é inteligente, fantasioso que tem como alvo a criança dentro de cada adulto sem insultar a inteligência de nenhum.” Robert Ebert preferiu por uma crítica negativa dizendo “não há como negar que Will tem um ponto: o velho homem é um fanfarrão. Há um ponto em que suas histórias param de entreter e viram sadismo.” Richart Corliss, da revista Time, ficou desapontado, achando a reconciliação da relação de pai de filho muito dramática e cliché. “Você voltar a ‘The Boy Who Cried Worlf?’ Edwards Bloom é o homem que chorou peixe.” Big Fish ficou no lugar #85 na Slant Magazine dos Melhor Filmes dos anos 2000. ![]() “Big Fish” recebeu mais nomeações no Golden Globe Awards sem ganhar nada, incluindo Melhor Filme (Musical ou Comédia), Melhor Ator Coadjuvante (Finney), Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Música de Trilha Sonora (“Mano of the Hour”). No British Academy Film Awards, o filme recebeu sete nomeações da Academia Britânica de Filme e Televisão, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção (Tim Burton), Melhor Adaptação (John August), Melhor Ator Coadjuvante (Albert Finney), Melhor Design de Produção (Dennis Gassner), Melhores Efeitos Visuais (Kevin Scott Mack, Seth Maury, Lindsay MacGowan, Paddy Eason) e também Melhor Cabelo e Maquiagem (Jean Ann Black e Paul LeBlanc). Finney recebeu outra nomeação como Melhor Ator no Staum Awards, onde o filme foi nomeado à Melhor Filme de Fantasia. No Academy Awards (Oscar), Danny Elfam foi nomeado por Melhor Trilha Sonora Original. Em 2005, Elfman recebeu a nomeação pelo Grammy Awards por Melhor Trilha Sonora Original também. ![]() Alguns dias, Tim Burton se pergunta se ele deveria ter se tornado um artista em vez de um diretor de filmes. Em uma galeria de Manhattan, ele diz “No mundo da arte, você não tem que explicar a ninguém o que está fazendo.” É assim que Burton preferiu lançar o filme “Big Fish”, sem explicar nada. “Para mim, o objetivo é não falar sobre isso.” Diz ele a caminho de uma galeria para o almoço, vestido todo de preto, com seus cabelos ocasionalmente bagunçados e embaraçados por estar contra o vento. “Quando eu era uma criança e assistia a filmes, não sabia nada sobre ele antes. Você assistiria e sofreria um impacto.” Infelizmente, para Burton, a cultura do filme moderno pré-vende e vende novamente a experiência – primeiro em trailers e propagandas de TV, então versões de luxo em DVD. É um ciclo que ele chama de “muita informação”, sendo que nenhuma delas ele sente como se servisse para “Big Fish”. Columbia Pictures gastou pelo menos 75 milhões de dólares na adaptação de Burton no livro de Daniel Wallace e um drama sem um gancho de mercado já construído, sem o típico biótipo. Enquanto há um notável elenco – Ewan McGregor, Jessica Lange, Alison Lohman, Henela Bonham Carter (namorada de Burton por dois anos e agora a mãe de seus filhos) – nenhum dos atores são comuns. “Big Fish” não é algo típico de Burton. Não há aquela apelação adolescente típica com fantasias como “Pee-wee’s Big Adventure” ou ”Edward Scissorhands,” ou a mitologia da família dos dois primeiros “Batman” ou “Sleepy Hallow” ou “Planet of the Apes”. “Parte dos motivos que me fizeram fazer esse filme foi que não é algo que você consegue classificar em uma categoria.” – diz Burton. Mas “Big Fish” também é em parte uma forma de terapia, devido à morte de seus pais. O pai de Burton, Bill, morreu em 2000, enquanto Burton estava procurando locações para “Apes”. Sua mãe, Rickie, faleceu em 2002. Apesar dele não ser próximo a eles – quando adolescente, ele deixou sua casa no subúrbio de Burbank, onde foi criado com seu irmão mais novo, para morar com sua avó – a morte deles o afetou de algum jeito. “Você não consegue se preparar para isso.”, diz ele. “É algo bem pesado de carregar. É difícil de resolver. É difícil até com um terapeuta.” Então junto com ele vieram palavras e imagens que falaram pela dor de Burton. Quando o roteirista John Agust e os produtores Dan Jinks e Bruce Cohen chamaram Burton para fazer “Big Fish”, ele disse sim rapidamente. O script mudou um pouco para a tomada final. “Essa coisa é real.”, diz Burton sobre a história do pai morrendo, “mas muito difícil de falar sobre. É isso que eu amei nesse filme. Era um modo de explorar isso. Por outro lado, aqueles sentimentos ficariam apenas rondando.” ![]() A reconciliação da relação de pai e filho entre Edward e William é o tema chave de “Big Fish”. O interesse do romancista Daniel Wallace no tema dessa relação começou com sua própria família. Wallace achou o encantador personagem de Edward Bloom semelhante ao seu pai, que costumava usar charme para manter sua distância das pessoas. No filme, Will acredita que Edward nunca foi honesto com ele porque Edward cria mitos extravagantes sobre seu passado para se esconder, usando a conotação de histórias como um mecanismo de defesa. As histórias de Edward estão cheia de personagem de contos de fada (bruxa, gigante, lobisomem) e lugares também (circo, pequenas idades, a mitológica cidade de Spectre). Todos eles são clássicas imagens e biotipos. O motivo da busca impulsiona a história de Edward e a tentativa de Will de entendê-la. Wallace explica: “A busca do pai é ser um grande peixe em uma grande lagoa e a motivação do filho é ver através das histórias do pai.” O roteirista John August se identificou com o personagem de Will e o adaptou em função de si mesmo. Na faculdade, o pai de August morreu e, como Will, August tentou o conhecer melhor antes de sua morte, mas achou muito difícil. Como Will, August estudou jornalismo e tinha 28 anos. No filme, Will diz sobre Edward, “Eu não via nada meu no meu pai e não acho que ele via nada dele em mim. Nós éramos como estranhos que o conheciam um ao outro muito bem.” A descrição de Will sobre sua relação com Edward relembrou a própria relação de August com seu pai. O DIRETOR Tim Burton também usou o filme para confrontar seus pensamentos e emoções, se preocupando com a morte de seu pai. “Meu pai ficou doente por um tempo. Eu tentei entrar em contato com ele como nesse filme, mas era impossível.” O religioso e estudioso de cinema Kent L. Brintnall observa como a relação de pai e filho se resolve no fim do filme. Com a morte de Edward, Will finalmente deixa sua raiva passar e começa a entender seu pai pela primeira vez: “Em um gesto final de amor e compreensão, depois de uma vida desprezando as histórias de seu pai e desprezando seu pai como um contador de histórias, Will termina a história que seu pai começou, juntando os temas, imagens e personagens da vida de seu pai para a realidade e fantasia com comunicação e carinho. Desinteressadamente libertando a raiva e entendendo as histórias de seu pai, Will ganha o conhecimento de que tudo que somos são nossas histórias e que as histórias de seu pai deram a ele a realidade e dimensão de que era real, genuíno e profundo como as experiências do dia-a-dia que Will procurava. Will começa a entender então que seu pai e todos nós somos nossas histórias e que a mais profunda realidade das nossas vidas pode, em fato, não ser nossa maior verdade.” - Kent L. Brintnall No filme são contadas várias histórias da vida de Edward, todas elas recheadas de magia e fantasia, mas sempre com um fundo de verdade. Abaixo, você tem os 2 principais contos usados no filme. ![]() Há alguns peixes que não podem ser pescados. Não é que eles sejam mais rápidos ou mais fortes que outros peixes. Eles são apenas dotados por algo a mais. Um dos peixes era a Beast (Fera). E quanto eu nasci, ele já era uma lenda. Ele pegou mais de $100 dólares do que qualquer peixe no Alabama. Alguns diziam que esse peixe era o fantasma de um ladrão que se afogou nesse rio anos antes. Outros diziam que ele era um dinossauro que restou do período cretáceo. Eu não coloquei nada em tanta especulação ou superstição. Tudo que eu sabia é que estive tentando pegar aquele peixe desde que era um garoto não muito maior que você. E no dia que você nasceu. Bom, esse foi o dia em que eu finalmente o peguei! Agora, eu havia tentado tudo nisso: Minhocas, iscas, manteiga de amendoim, manteiga de amendoim e queijo. Mas nesse dia eu tive uma revelação: Se esse peixe era o fantasma de Henry Wall, então a isca comum não iria funcionar. Eu teria que usar algo que ele realmente desejasse. – Seu dedo? – perguntaram – Ouro! – Respondeu Edward Bloom. Agora, eu amarrei meu anel na linha mais forte que já fizeram, forte o suficiente segurar uma ponte por alguns minutos. Então eu lanceio rio acima. A Best pulou e pegou antes mesmo de bater na água. E tão rápido quanto, ele escapou pela linha. Bom, você pode ver minha situação: meu anel de casamento, o símbolo da fidelidade à minha esposa, em breve mãe do meu filho, agora na boca de um peixe “impescável”. – O que você fez? – perguntou um ouvinte. – Eu segue esse peixe do início do rio ao fim – Disse Edward com entonação Esse peixe, A Beast esse tempo todo estávamos o chamando de “ele”, quando de fato era “ela”. Era gorda com ovas, iria desovar a qualquer dia. Agora, eu estava num impasse. Eu poderia tirar as tripas desse peixe e pegar meu anel de casamento de volta, mas fazendo isso eu estaria matando o bagre mais inteligente do rio Ashton. Eu negaria ao meu filho a chance de pegar um peixe como esse? Essa peixe fêmea e eu, bom, nós tínhamos o mesmo destino. Nós éramos parte da mesma equação. Agora, vocês devem perguntar, porque ele pegou o ouro tão rápido e não pegava nada mais? Essa foi a lição que aprendi nesse dia, no dia que meu filho nasceu. Às vezes o único modo de pegar uma mulher impossível é oferecendo a ela um anel de casamento. ![]() Uma fez, eu tive que ficar de cama por três anos. – Você teve catapora? – perguntou Will, seu filho – Quem me dera – respondeu Edward, com um sorriso no rosto A verdade é que ninguém sabia o que estava errado. Na maioria das vezes uma pessoa cresce gradualmente, enquanto me encontro com pressa. Meus músculos e meus ossos não conseguiam acompanhar as ambições do meu corpo. Então eu passei a melhor parte de três anos confinado em minha cama com a enciclopédia sendo meu único meio de exploração. Eu tinha feito todo o caminho pelo “G” esperando encontrar a resposta para o meu “gigantismo” quando descobri um artigo sobre o comum peixe-dourado. “O mantenha em um aquário pequeno, o peixe-dourado continuará pequeno. Com mais espaço, o peixe irá crescer o dobro, triplo ou quádruplo do seu tamanho.” Me ocorreu que talvez a razão para meu crescimento era que eu estava prometido para coisas maiores. Depois de tudo, um homem gigante não pode ter uma vida de tamanho normal. Assim que meus ossos tinham se estabelecido em sua configuração adulta, comecei meu plano de fazer um lugar maior para mim em Ashton. – “Tigers, vai! Edward Bloom!” – gritava a multidão – Calma, calma, todo mundo. Calma. Isso foi o suficiente – pedia Edward com calma – Senhor Prefeito, ele comeu um campo de milho inteiro! – Ele comeu meu cachrro. – balbuciou uma menininha – Se você não pará-lo, prefeito, nós iremos. Não terei violência coletiva nessa cidade. Agora, alguém tentou falar com ele? – indagaram – Você não pode raciocinar com ele. Ele é um monstro! – Eu farei isso. Eu conversarei com ele. Verei se posso fazê-lo ir. – dizia Edward, vindo de trás da multidão nervosa que de prontidão a frente da prefeitura de Ashton clamava por uma solução – Essa criatura poderia bater em você sem tentar – Oh, confie em mim, ele terá que tentar. – disse ele sorrindo
– Olá? Meu nome é Edward Bloom, quero falar com você. – disse Edward calmamente, a frente da caverna onde o Gigante se hospedava – Vá embora! – a voz do gigante era tão forte que fazia vento – Agora não irei a lugar nenhum até você aparecer! – disse com firmeza – Eu disse, vá embora! – gritou o gigante – Porque você está aqui? – perguntou o Gigante, já caminhando em direção a Edward – Para que você possa me devorar. A cidade decidiu mandar um humano para se sacrificar e eu me voluntariei. Meus braços são um pouco finos, mas há coisas gostosas para comer nas minhas pernas – Dizia Edward enquanto analisava suas pernas e braços – Quero dizer, estaria tentando a comê-las sozinho. Então acho que, bom… – disse com um sorriso no rosto – Se você pudesse acabar com isso de uma vez, porque não gosto muito de dor. Oh, vamos lá! Não posso voltar! Sou o sacrifício humano! Se eu voltar, irão pensar que sou um covarde. Preferia ser um jantar a um covarde. Aqui, você pode começar com a minha mão. Será um aperitivo – Edward estendeu a mão ao Gigante, com os olhos fechados. – Eu não quero comê-lo. Eu não quero comer ninguém. Eu apenas fico com fome. Sou muito grande. – Já pensou que talvez você não seja tão grande, mas essa cidade muito pequena? Eu ouvi dizer que em cidades de verdade há prédios tão altos que você nem pode ver o topo deles. – Mesmo? – Eu não mentiria para você. Você pode comer bastante, não pode? – Posso. – Então porque está jogando for seu tempo em uma pequena cidade? Você é um grande homem. Você deveria estar em uma grande cidade. – Você está apenas tentando me tirar daqui, não está? – Qual é o seu nome, gigante? – Karl. – disse ele timidamente – Bom, o meu é Edward. E sinceramente… Bom, não quero que você saia, Karl. Mas quero sair com você. Você acha que essa cidade é muito pequena para você? Bom, ela é muito pequena para um homem com minhas ambições. Então o que me diz? Juntar-se-á a mim? – Okay. – Okay. Agora, primeiro, temos que preparar você para a cidade. – Edward levou Karl até a cidade onde o arrumaram roupas novas e comunicou a todos sua partida.
– Edward Bloom, primeiro filho de Ashton está com um pesado coração por partir. Mas leve com você essa chave para a cidade e saiba que a qualquer momento que queria voltar, todas as portas estarão abertas para você. Nessa tarde que deixei Ashton, todos pareciam ter conselhos. “Encontre uma boa garota agora!”, “Cuidado com seu orgulho, Edward Bloom!”. Mas tinha uma pessoa na qual o conselho estava acima do de todos. Ela disse que o maior peixe no rio pega esse caminho nunca sendo pescado. – O que ela disse? – perguntou Karl, se referindo a velha bruxa da cidade que havia cochichado algo no ouvido de Edward – Nada demais… |